"Apenas 35% das mulheres escolhem carreiras STEM"
Claudia Quintanilla, CEO e cofundadora da Rextie, lamentou a diferença de gênero existente na tecnologia, ao mesmo tempo em que enfatizou a necessidade de uma maior participação feminina nas carreiras técnicas.
O acesso das mulheres ao campo tecnológico continua sendo um dos maiores desafios da América Latina (algo que ficou mais uma vez evidenciado com o recém-publicado Índice do Estado da Ciência 2022, da 3M). Nesse sentido, Claudia Quintanilla abordou a situação para explicar como reverter esse sensível desequilíbrio.
STEM
Segundo a chefe da Rextie (fintech peruana dedicada ao câmbio), apenas 35% das mulheres latino-americanas escolhem as carreiras STEM (Ciência, Tecnologia, Engenharia e Matemática), enquanto desse número, apenas 3% escolhem profissões de tecnologia ou comunicação e apenas 2% chegam a cargos gerenciais.
Sendo uma das mulheres pioneiras no mundo da computação, Quintanilla conhece bem a disparidade participativa entre homens e mulheres no mundo tecnológico.
"Há uma grande diferença de gênero e leva mais de 100 anos para arrumar isso", disse ela.
Parte do problema, diz Quintanilla, está nos estereótipos e crenças pejorativas sobre as mulheres.
“Temos que desmontar certos mitos, como o de que as mulheres não são boas em matemática. De qualquer forma, o que temos que fazer é desenvolver o cérebro desde cedo para que haja mais conexões e isso se consegue por meio de jogos espaciais, matemática. Se as inculcarmos desde cedo, podemos garantir que as mulheres tenham as mesmas capacidades que os homens”, explicou.
Compromisso que dá resultados
Quintanilla acrescentou que foram tomadas medidas para incentivar a participação feminina. Prova disso, destacou, são as políticas de diversidade de gênero estabelecidas na empresa, bem como as iniciativas que permitem que as mulheres se insiram com sucesso nesta fintech peruana.
O acima compensou. De acordo com a CEO e cofundadora da Rextie, cada vez mais mulheres estão alcançando posições de liderança no campo tecnológico latino-americano.
“A tendência da participação de mulheres em cargos gerenciais nas fintechs é crescente, pois se quebrou a ideia de que o setor financeiro e tecnológico é só para homens”, concluiu.
Ainda há muitos detalhes a serem resolvidos, mas Quintanilla está otimista e convida as jovens da região a deixar de lado os paradigmas estabelecidos e mostrar que eles são igualmente valiosos no desenvolvimento tecnológico latino-americano.
(com informações de El Peruano e Stakeholders.com.pe)