Estágio na área tech: do entusiasmo a decepção

Estágio na área tech: do entusiasmo a decepção

O estágio supervisionado ou remunerado é a maneira mais eficiente para que o graduando possa confrontar na prática tudo que foi discutido em sala de aula, laboratório ou AVA com as demandas que são comuns no trabalho.

Dentro dessa perspectiva, o estágio avalia o desempenho do aluno para que as empresas façam uma análise do profissional que está sendo qualificado na universidade, a fim de contribuir na finalização desse processo de formação.

O que passa na cabeça do estudante durante a atuação no estágio é um cenário de julgamentos, orientações, críticas, autocríticas e o resultado é um misto de medo, desapontamento e frustração.

O estágio é um momento previsível para quem está adquirindo experiência no ambiente de trabalho, criando laços com colegas de trabalho. Além disso, o estágio é um ambiente aberto para o conhecimento, cabendo ao aprendiz ter a oportunidade de conversar e trocar idéias com outros profissionais da carreira tech.

A frustração nas primeiras atividades gera questionamento, dúvidas, ansiedade (com direito a pensamentos catastróficos) e um sentimento de impotência."Não sei fazer tal atividade" e "não vou conseguir dar conta" são exemplos falsas crenças que pairam o psicológico do jovem que está no início do estágio.

É horrível, dilacera os sonhos, põe em dúvida a condição do indivíduo que  se questiona  sobre sua competência para atuar na função escolhida, além do receio de ter escolhido a graduação de forma equivocada. A culpa e a frustração são reações comuns para os estudantes que estão fazendo cursos na faculdade de tecnologia.

Situação: problema e o medo

O dev é apresentado a situações rotineiras com direito a imprevistos, assim como o estagiário irá se deparar com programas que não irão funcionar, aplicativos que terão dificuldade em gerenciar, além de pacotes de programas usados pela corporação.. A parte positiva são as primeiras conquistas como tarefas bem executadas e a construção de uma identidade profissional.

Na programação pode acontecer de um projeto não sair bem sucedido, além da vergonha em não conseguir imprimir uma tabela de um arquivo do Excel, por não entender a origem do problema, que pode estar na configuração da impressora ou no próprio dispositivo.

Neste artigo serão apresentadas algumas dicas que vão deixar o processo de realizar o estágio supervisionado/remunerado mais leve, compreendendo o cenário tecnológico e psicológico e o porquê o aluno está passando por este conflito.

A tecnologia vive tempos difíceis no Brasil, mas não pela falta de projetos, geração de conhecimento ou falta de empresas que queiram investir nesse setor, mas sim devido à falta de profissionais qualificados, além da carência desses trabalhadores para a contratação. Um dos motivos são os poucos acadêmicos que concluíram os cursos.

A dificuldade estaria na complexidade de conviver  com as situações problema na aprendizagem das linguagens de programação, associada ao mito que é necessário ser um gênio para atuar na tecnologia, o que  gera uma confusão no emocional no graduando e favorece a vontade de desistir do curso.

Não é fácil, porém não é impossível. O lado ruim quanto a desistência da graduação é que quando anos passam fica o vazio e uma voz no interior do indivíduo reage dizendo que tudo poderia ter sido diferente se houvesse mais empenho.

Dicas para horas mais decisivas no estágio para os devs

Uma dica valiosa: não desista! Tente sempre olhar as dificuldades como protagonistas que irão promover a aprendizagem e irão moldar o seu perfil profissional.

Nunca se sinta incapaz, A falta de reação é o reflexo inicial de quando você está sendo colocado em uma situação que te tire da zona de conforto.

Converse, crie uma Network com os demais colaboradores da empresa, estude o que mercado exige e treine os códigos todos os dias, assuma um compromisso e dedique-se.

Tente entrar no estágio sendo realista, de que existe um desafio e o desconforto é algo natural, mas também é satisfatório por trazer problemas e soluções, iniciativa nas tomadas de decisões, condições de vencer desafios durante a realização de determinado projeto, a fim no futuro de evitar problemas.

Peça orientação aos professores para traçar meios que possam criar estratégias para continuidade do trabalho. Sinta-se confortável para perguntar, dialogar participando de fóruns e comunidades tech.

Sempre estude tutoriais de projetos semelhantes, faça uma avaliação, refaça o projeto e depois foque na atividade exigida pela empresa.

Última dica: estude e estude, entenda que é o único caminho.

O que mais desmotiva o estagiário na área da tecnologia?

Quando começa o estágio, um sonho e a vitalidade para propor novas ideias e colocar conhecimentos fresquinhos produzidos pela faculdade, faz com um mundo seja criado na mente do aprendiz que é frustrado por ouvir não, o fato da empresa defender a tecnologia que usa, julgando apropriada.

Achar que vai chegar revolucionando o universo tech? Esqueça! Uma dica é fazer adaptação às ferramentas tecnológicas que a instituição disponibiliza, estudá-las e começar o laboro.

No estágio, não tem flexibilidade de propôr. O que ocorre é que a entidade que contrata tem uma rotina programada das tarefas que o estagiário vai fazer, essa atitude traz desconforto desmotivando o desenvolvedor.

Regras, padrões e vícios são termos aplicados ao setor de recursos humanos para explicar as práticas que não são aprovadas para a empresa em termos de conduta. São hábitos negativos, como chegar atrasado, não ter humildade e respeito pelos demais colegas de trabalho, não seguir as normas que definem regras e vestimentas dos colaboradores, entre outros.

Para o estagiário pode ser antiquado, pois conduz o aluno a sentir-se preso e desanimado para propor e elaborar as atividades, mas lembre que o estágio é um local para aprender. A dica que vale é ter atitudes mais responsáveis para manter a organização e maturidade para compreensão das críticas e consciência para reconhecer os abusos.

Quando o estágio for remoto, um cenário comum para os programadores, lembre-se de como é a sua rotina, na importância da organização do cotidiano para que os prazos sejam respeitados. O que frustra o jovem profissional são os prazos curtos e a cobrança.

A dica, antes do estagiário chegar a empresa, ela já existia e muitos empregadores são resistentes a mudanças, motivadas pelos poucos recursos ou por acreditar está com os instrumentos tecnológicos que suprem as necessidades do trabalho da instituição. Paciência, humildade, diálogo e atitude, confie no seu talento.

Finalizando os trabalhos

Medo é uma palavra que sempre fará parte do vocabulário do trabalhador, além de fazer parte, encarar com confiança será o começo para reduzir a pressão, enxergar a realidade e arregaçar as  mangas e começar a programar.

Os problemas que lidamos com simplicidade, interfere na qualidade do trabalho final. Na tecnologia, a cobrança aumenta pela dificuldade da missão ou expectativa do empregador em achar que o estagiário é um desenvolvedor, um tipo de produto pronto.

Não existe tempo certo, nem o dia certo para agir. Na verdade, há iniciativa,  força de vontade e otimismo de que no futuro o estagiário será aquele que servirá para os mais novos como referência.

A coragem seria uma boa definição para o ato de trabalhar com o mundo tech, para os amantes da tecnologia, a definição seria o foco, além da concentração e da vontade de fazer a diferença.

Desistir jamais, persistir deve ser um lema! Ninguém disse que seguir uma carreira na área da tecnologia seria fácil, nenhum trabalho ou faculdade é simples de ser feito.

O que existe é um período de estudo acompanhado de crises existenciais resumidas em dias de raiva e desânimo e outros dias resumidos em  otimismo e curiosidade. No final, a sensação de recompensa no dia da formatura nos faz lembrar que conseguimos concluir essa etapa, com um certificado de vitória e resistência do profissional tech como o lema: "eu sobrevivi!".

Dev, acredite em você, no seu talento e não desista!

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