Os Modelos de Serviços de Nuvem: usos, vantagens e desafios

Os Modelos de Serviços de Nuvem: usos, vantagens e desafios

No último texto falamos sobre o conceito de Cloud Computing, suas características e seus diferentes modelos.Também citamos os tipos de implementação de nuvem (as nuvens privadas, públicas e híbridas) e os benefícios de cada uma delas.

No artigo de hoje, vamos falar sobre os diferentes modelos de serviços de nuvem e seus exemplos.

Ao definir os modelos de serviços em Nuvem, devemos pensar em quais responsabilidades de entrega de infraestrutura estão nas mãos do provedor de serviço e quais ficarão a cargo do usuário (seja ele uma empresa ou consumidores finais, como eu ou você). Para cada modelo de serviço de nuvem, as responsabilidades da infraestrutura estão bem definidas.

Abaixo, explico cada uma delas e coloco um gráfico explicativo para melhor entendimento.

Infraestrutura-as-a-Service, ou IaaS

No modelo de serviço de Infrastructure-as-a-Service, ou também chamado de IaaS, o prestador de serviço de nuvem é responsável pela infraestrutura computacional. Porém, a empresa contratante fica responsável pelo gerenciamento das máquinas virtuais, configuração de redes e escolha do sistema operacional.

IaaS são parecidos com o gerenciamento e manutenção de servidores como em um centro de dados privados, porém a empresa não precisa “tocar” nos servidores e nem se preocupar em ter administradores dedicando horas e horas para construir toda a infraestrutura de TI da empresa.

Ainda assim, a empresa precisa de funcionários que saibam gerenciar os serviços de infraestrutura, já que o IaaS não retira todas as responsabilidades do cliente.

É importante lembrar que, ao deixar a infraestrutura na mão do provedor de serviço, a empresa está ciente que pode haver downtime - downtime é uma possível queda no sistema, o que deixa os sites e outros aplicativos do cliente fora de serviço.

Nessa reportagem da CNN, você pode ler alguns casos de empresas que tiveram seus negócios impactados pelo “cloud outage” de prestadores de serviços.

Plataforma-as-a-Service, ou PaaS

Nos serviços de Platform-as-a-Service, ou PaaS, o cliente é responsável pela aplicação e software, e não precisa se preocupar com o gerenciamento da máquina virtual e nem mesmo com o sistema operacional. O provedor de serviço, nesse caso, oferece diferentes opções de “sabor” para o cliente escolher como prefere sua máquina virtual a ser utilizada. Ao mesmo tempo que o cliente é responsável por menos camadas da infraestrutura, suas escolhas também ficam limitadas, pois ficam à mercê do que o provedor de serviço pode oferecer.

Algumas aplicações rodam melhor em um tipo de servidor e configuração, então é papel do cliente saber qual o melhor serviço de PaaS ele deve hospedar sua aplicação.

Um exemplo de PaaS é o Cloud Run, da Google Cloud Platform (GCP). Nele, o cliente pode criar e fazer o deploy de aplicações em diferentes linguagens de programação (somente aquelas compatíveis com o serviço - aqui, então, vemos uma limitação que comentei anteriormente): Go, Python, Java, Node.js, .NET).

Software-as-a-Service, ou SaaS

Os serviços de Software-as-a-Service (SaaS) são oferecidos aos usuários finais geralmente através de um browser, de forma completa: o usuário não precisa se preocupar em rodar a aplicação em seu ambiente, não precisa se preocupar com os discos para armazenamento e recursos computacionais.

Todas as atualizações, correções de bugs e manutenção da aplicação é feita pelo provedor de serviço. O usuário (no caso, você e eu) não precisa se preocupar com essas atividades de manutenção.

Um dos exemplos de SaaS é o Slack, onde você tem toda a infraestrutura sendo oferecida pela empresa; ao abrir o Slack no seu computador do trabalho ou no seu computador pessoal, todos os arquivos continuam ali (“na nuvem”), para ser acessado por qualquer aparelho, de qualquer lugar do mundo. A única preocupação do usuário é colocar seus dados e informações no software ou aplicação.

Pequenas empresas e startups, podem se beneficiar em utilizar serviços de SaaS, uma vez que investir em infraestrutura e em criar seu próprio centro de dados (por menor que seja), não tenha um bom custo-benefício. A Amazon, por exemplo, tem um programa que oferece créditos para pequenos empresários e fundadores de startups. Você pode conhecer mais sobre o AWS Activate neste link.

Outros exemplos de SaS são: Gmail, Slack, Salesforce.

Abaixo, você pode ver os diferentes modelos de nuvem:

Atualmente, é possível encontrar inúmeros serviços dos principais provedores de nuvem (Microsoft Azure, Amazon Web Services e Google Cloud) relacionados a cada tipo de modelo de serviço. Alguns deles podem ser encontrados abaixo:

Iaas

PaaS

SaaS

  • Microsoft Office, da Microsoft Azure
  • Gmail, da GCP
  • Amazon Kinesis, da AWS

Os serviços mais usados por cada um dos provedores citados podem ser encontrados aqui: Google Cloud Platform, Amazon AWS, Microsoft Azure.

Além dos conceitos de IaaS, PaaS e SaaS, existem outros conceitos no mercado de Tecnologia relacionados a prover serviços no estilo de nuvem (com as 5 características de nuvem que falamos no artigo anterior), como por exemplo: Backup-As-a-Service, Function-as-a-Service, Database-as-a-Service, Desktop-as-a-Service, entre outros.

Cada um deles traz “cloud-like experience”, ou “experiência parecida com a da nuvem”, para seus clientes.

Por exemplo, em um servidor com discos de armazenamento para backup de dados, a organização precisa de sua própria infraestrutura. Ao utilizar de um serviço de backup “as-a-service”, a empresa utiliza de uma infraestrutura que está na nuvem, sem precisar se preocupar em gerenciá-la. Tira-se um peso da equipe de backup, para que ela fique focada em outras tarefas.

Já em um serviço de “Área de Trabalho-as-a-Service”, o cliente tem acesso a uma máquina virtual que oferece todos os recursos de uma área de trabalho tradicional - como essa que você está usando para ler esse artigo nesse momento. Nesse modelo, a empresa contratante também também faz um controle maior dos aplicativos e software instalados nas máquinas dos funcionários. A utilização de “Desktop-as-a-Service” foi muito utilizada durante a pandemia para agilizar a movimentação dos funcionários trabalhando de suas casas, em ambientes seguros de navegação.

Entretanto, “Anything-as-a-Service” possui um custo premium associado, devido a sua natureza de flexibilidade, facilidade e disponibilidade para o cliente.

Se você quiser aprender mais sobre os provedores e tirar as certificações, vale a pena dar uma olhada nos sites abaixo:

Outros sites como CloudGuru, Cloud Academy e Coursera possuem cursos, em Português e Inglês, para desenvolvimento em Nuvem e assuntos relacionados.

Caso você tenha alguma dúvida, fique à vontade para comentar na publicação das redes sociais e vamos trocar!

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